Após 4 anos no Jardim Botânico, o chef Didier Labbé aporta com seu restaurante em Ipanema. O Didier traz para o bairro sua autêntica culinária francesa, com ingredientes pouco vistos em outros restaurantes franceses. Fui conhecer a nova casa e tive uma experiência gastronômica excelente.
O chef Didier Labbé
O chef francês Didier Labbé é natural da Bretanha, na França. Estudou na Escola de Gastronomia na França, onde se graduou cozinheiro, posteriormente também formado em confeitaria. Começou sua vida profissional na Fondation Cartier, em Paris, como cozinheiro. Quando trabalhava em Paris no restaurante estrelado L’Arpège, Didier recebeu uma proposta para trabalhar no L’Orangerie, em Los Angeles.
A partir de 1994, parte de sua carreira aconteceu nos Eestados Unidos, com passagens por Los Angeles e Nova York). Em San Francisco, Didier chegou a ter seu próprio restaurante, o Clementine, que funcionou de 1998 a 2007. Inclusive, chegou a ser escolhido Bib Gourmand pelo Guia Michelin.
Didier veio ao Rio de Janeiro pela primeira vez em 2006 para visitar as filhas, que estavam morando na cidade. A partir daí, trabalhou nas cozinhas do grupo do chef Claude Troisgros durante dez anos. Em 2018, decidiu ter o seu próprio negócio e abriu, no Jardim Botânico, o Didier. Atualmente, mudou de bairro, trazendo seu restaurante para Ipanema.
Ambiente do Didier em Ipanema
O restaurante Didier está de casa novíssima, digamos assim. Recentemente inaugurado em Ipanema, na rua Vinícius de Moraes. O ambiente está bem agradável, com uma charmosa varanda pet friendly, para aqueles que preferem os ambientes externos. Importante ressaltar que a varanda é coberta por um toldo, possibilitando funcionar mesmo em dias menos ensolarados.
No entanto, chama atenção mesmo o clima intimista que o salão interno proporciona. Aliás, eu achei que combinou muito bem com estilo de culinária servido no restaurante. Ou seja, ter aquele aconchego da comida francesa, em um ambiente claro e com decoração minimalista. A casa ainda conta com um mezanino com capacidade para 20 pessoas, que pode facilmente servir para pequenos eventos corporativos ou aniversários. E ainda há a promessa, para breve, de um rooftop em clima de lounge que combinará perfeitamente com o bairro de Ipanema.
Experiência Gastronômica no Didier em Ipanema
Assim como na casa antiga, o restaurante franco-brasileiro preza por produtos de qualidade, valorizando o ingrediente local, com o toque autoral do chef. Na minha opinião, o menu do Didier funciona muito bem em termos de opções. Não é um menu extenso que nos deixa perdidos, mas também foge de ser um menu enxuto com poucas alternativas. E claro, clássicos franceses não ficaram de fora. Eis o ponto chave do Didier. Trazer pratos clássicos franceses para o grande público, a preços justos. Afinal, onde no Rio você consegue comer escargot ou carne de coelho? E como estamos no Brasil, o chef sempre mescla ingredientes brasileiros às suas criações.
Entradas e Pratos Principais
Para termos oportunidade de passear melhor pelo cardápio do Didier, optamos por compartilhar quatro entradas. E sem dúvida aconselho você a fazer o mesmo. Iniciamos com Polenta cremosa com champignon trufado e arroz pipoca (R$ 45*) e Camarões coquetel com palmito pupunha e sagu ao shoyu (R$ 59). Além disso, escolhemos dois clássicos franceses que vieram perfeitamente servidos. Steak tartare acompanhado de torradas e batatas fritas, servido em uma boa porção de entrada (R$ 63). E a panelinha de Escargots na manteiga de ervas e alho, gratinados com panko (R$ 62). Uma ótima oportunidade de experimentar essa iguaria francesa no Rio.
Em seguida, no prato principal, fiquei em dúvida, mas optei pelo clássico. O Magret de canard (R$ 92) no Didier ganha um toque brasileiro com um saboroso aipim rostí (até então inédito para mim). Completa o prato, palmito e molho de acerola. Vale ressaltar que o ponto veio perfeito. Certamente, uma ótima escolha de principal.
Na mesa, pedimos ainda o Filé mignon na crosta au poivre, com molho béarnaise acompanhado de fritas e salada verde (R$ 92). Para quem prefere os pescados, o Dourado vem acompanhado de tomates ao forno, purê de banana da terra, sauce gremolata e ervas (R$ 89). E o Fettuccine com coelho assado e desfiado, bacon champignons e ervilhas (R$ 90), que sem dúvida será meu pedido quando voltar ao Didier.
Por fim, compartilhamos as sobremesas. Profiteroles com sorvete de baunilha, calda de brigadeiro e amêndoas (R$ 29); e Île flottante, um doce de claras com creme inglês, crumble, sorvete de caramelo e doce de leite (R$ 29). Certamente, uma ótima pedida para finalizar a experiência no Didier.
Observações Gerais
Em suma, todo atendimento no restaurante está muito bem alinhado. Funcionários bem treinados e atenciosos. A carta de vinhos está bem variada. Inclusive, nosso jantar seguiu com um Malbec da região de Mendoza na Argentina, por sugestão do garçom que nos atendeu. Foi uma ótima pedida. Quem não for do vinho, tem opção dos drinques que saem do bar localizado no salão principal.
Aliás, o Didier funciona também com almoço executivo durante a semana. Eu acho que tem tudo para ser sucesso em Ipanema. A reflexo da casa cheia no dia que estive por lá, certamente terá vida longa!
*preços em setembro de 2022