Considerado Patrimônio Mundial da UNESCO desde 1994, o Castelo de Nijo é um dos monumentos históricos da antiga Kyoto. Residência oficial do primeiro xogum Tokugawa, a ascensão e queda dos Tokugawa está registrada no castelo que hoje em dia está aberto à visitação.
O Castelo de Nijo teve o início de sua construção original em 1603, a pedido de Ieyasu, primeiro xogum Tokugawa do período Edo, sendo concluído em 1626 pelo terceiro xogum Tokugawa, Iemitsu. Por essa razão o castelo é um dos melhores exemplos do início do período Edo e da cultura Momoyama no Japão. O castelo permaneceu como propriedade dos Tokugawa até o 15º xogum, Yoshinobu, quando se deu a queda do xogunato. Em 1867 passou a ser propriedade da família Imperial, sendo renomeado para Nijo Detached Palace em 1884. Após doação para a cidade de Kyoto, em 1939, voltou a ser chamado Castelo de Nijo (Nijo-jo).
Com uma área de 275 mil metros quadrados, o Castelo de Nijo é composto por dois anéis concêntricos de fortificações: o Palácio Honmaru (círculo principal de defesa), o Palácio Ninomaru (círculo secundário de defesa), bem como os jardins do castelo que são cercados por muros de pedra e fossos. A visitação ao castelo de Nijo é permitida, com valor de ¥600 o ingresso, funcionando das 8h45 às 17h, com última admissão às 16h.
Saímos de Arashiyama e pegamos o JR até a estação Nijo, de onde pegamos um táxi porque estava chovendo, porém o castelo fica a 15 minutos a pé da estação. O percurso no JR também pode ser feito a partir da estação Kyoto, lembrando que esse trajeto está incluído no JRPass.
A primeira estrutura que vemos é o Karamon Gate, principal portão na parte sul do castelo, posição que por uma conjunção de fatores expressa um mundo eterno de abundância e tranquilidade protegido por guardiões como divindades e animais. Preto e dourado contrastam em diversas formas esculpidas e com simbologias características da época em que foram incluídas.
Logo adiante, chegamos ao Palácio Ninomaru, que é um exemplo representativo do estilo arquitetônico shoin-zukuri para residência dos guerreiros do período Momoyama (1573-1602). Composto por cinco grandes espaços, totalizando 33 salas cobertas por 800 tatames, esta construção feita de hinoki (cipreste japonês) ocupa 3300 m². As portas de correr, paredes e o teto são trabalhos de arte executados por artistas da escola Kano. Não é permitido fotografar os aposentos, porque todos têm paredes em ouro.
Do lado de fora está o Jardim Ninomaru, que foi designado como um lugar de beleza cênica pela Agência de Assuntos Culturais do governo japonês e foi concebido de modo a ser visto em todo o seu esplendor pelo xogum, enquanto estava no Ohiroma, o salão principal do Palácio Ninomaru. Ao centro do lago, uma grande ilha, representando Horai-jima (a Ilha da Eterna Felicidade), cercada por duas menores (Tsuru-jima e Kame-jima). O jardim original é dito por ser obra de Kobori Enshu, um grande designer de jardins.
Seguindo por uma ponte, chegamos ao Palácio Honmaru, que foi anexado ao complexo do castelo em 1626 e encontra-se fechado para visitação atualmente. Uma torre de cinco andares (Donjon) fazia parte da construção original, mas foi atingida por um raio e incendiada em 1750. Em 1788, o Palácio Honmaru teve boa parte destruída por um incêndio e a estrutura atual, construída em 1847, é parte do Palácio Imperial de Katsura, transferida para o local onde ficava o Palácio. Das ruínas do Donjon podemos ver toda a estrutura do Palácio Honmaru.
Passamos ainda pelo Jardim Seiryu-en, construído em 1965, com duas casas de chá (Koun-tei e Waraku-an) usadas para recepção de convidados notáveis. O jardim é dividido em duas partes: um jardim japonês com um grande lago e uma área de gramado. Adiante, um prédio chamado The 400th Anniversary Gallery, onde estão expostas as pinturas originais do Palácio Ninomaru, uma vez que as que estão no palácio são reproduções.
A galeria está aberta de 9h às 16h45, com última admissão às 16h30, sendo necessário um ingresso adicional no valor de ¥100. Não tivemos tempo de entrar, porque já estava fechando quando passamos por lá.