Tóquio

Palácio Imperial de Tóquio: residência do imperador japonês

Palácio Imperial de Tóquio é a residência oficial do imperador do Japão que vive na parte oeste e por essa razão, não é permitida entrada no palácio em si. Porém, vale a pena conhecer os jardins que ficam do lado leste e ter noção de como era a grande área nos áureos tempos do Castelo Edo, residência da família Tokugawa.

O Palácio Imperial de Tóquio se tornou residência do imperador japonês após a Restauração Meiji, época quando o imperador se mudou do Palácio Imperial de Kyoto. O Palácio foi reconstruído após o bombardeio na Segunda Guerra com conclusão em 1968 e o público só tem acesso duas vezes ao ano: no dia 2 de janeiro e 23 de dezembro (aniversário do imperador).

O seu Jardim Oriental (East Gardens) foi criado como parte do projeto de renovação autorizado em 1960. Ele está localizado na parte leste do Palácio, ocupando os principais quarteirões do antigo Castelo Edo, abrangendo uma área de 210.000 m² e abriu ao público em 1º de outubro de 1968. Os horários de visitação variam de acordo com a época do ano, no geral de 9h às 16h ou 17h, fechado nas segundas e sextas.

Para chegar, a melhor forma é usar o metrô pela linha Marunouchi e saltar na estação Otemachi (saída C10) e seguir a pé por uns 7 minutos até o Ote-mon Gate (Portão da Grande Mão) reconstruído em 1967, uma das entradas de acesso. As outras entradas disponíveis são pelo Hirakawa-mon Gate e Kitahanebashi-mon Gate. A entrada é gratuita, sendo necessário pegar um tíquete de entrada na bilheteria e devolvê-lo ao sair, apenas para controle do número de visitantes.

O primeiro ponto de visita foi o Sannomaru Syozokan, o Museu das Coleções Imperiais que em agosto de 2016 estava com a exposição “Horses in Art Works – Equine Magnificence” (Cavalos em peças de arte). A exposição expunha diversas esculturas e pinturas mostrando a importância dos cavalos, não só durante as guerras, mas também o elo entre o animal e os japoneses por diversos períodos da história. Não era permitido fotografar. Esse museu exibe uma coleção de arte e artefatos do tempo do imperador Showa (1926-1989), doada ao governo japonês em 1989.

Passamos pelo Hyakunin-Bansho, estrutura onde viviam cem samurais que montavam guarda em turnos, na era Edo. Esse era o maior bansho (casa de guarda) que guardava o Honmaru (citadela principal) e Ninomaru (citadela secundária). Outros banshos secundários também estão de pé ainda, porém esse era considerado o principal por sua localização estratégica próximo ao Ote-mon Gate.

A área de Honmaru, considerada a citadela principal é composta por várias construções como o Fujimi-Yagura, Tokagakudo Concert Hall e o Tenshudai, além de um jardim de rosas, bambus, cerejeiras, orquídeas e outras plantas. Um “yagura” é uma construção feita tanto para estoque quanto para defesa. Na era Edo, eram 19 construções, porém, atualmente restam apenas três, sendo o Fujimi-Yagura um deles, que recebeu essa denominação porque de lá era possível ver o Monte Fuji. Era dali também que o xogum assistia aos fogos de artifício em Ryogoku e na baía de Tóquio. Este prédio não está aberto à visitação, mas do lado de fora dos jardins conseguimos ver bem a estrutura e imaginar a vista que se tem de lá. Rendeu inclusive belíssimas fotos.

No caminho para Tenshudai, passamos pelo Ishimuro Stone Cellar que dizem ter servido como passagem subterrânea ou como armazém de emergência para os suprimentos do palácio já que é próximo aos salões de trás do interior do mesmo. Ainda no caminho, passamos pelo Tokagakudo Concert Hall que foi construído em 1966 para o 60º aniversário da imperatriz Kojun, falecida em 2000, que era amente de música clássica. O prédio octogonal tem seu telhado em forma de pétalas e as paredes externas cobertas de azulejos coloridos formando mosaicos e ao topo um par de bonecas japonesas, substituindo gárgulas.

Chegando a Tenshudai, a torre principal do castelo (também chamada de donjon) é hoje uma imponente muralha de pedras com ótima vista de todo jardim a partir do topo. A primeira base do castelo de Edo foi construída na época do 2º xogum Tokugawa Hidetada em 1607 e foi completada apenas em 1638, na época do 3º xogum Iemitsu. A 58 metros acima do solo, a versão original era um pagode de cinco andares por fora, seis por dentro, sendo a maior torre principal decastelo já construída no Japão e simbolizando a autoridade do xogunato Tokugawa. No incêndio de 1657, dezenove anos após a construção, foi destruída e nunca mais foi reconstruída.

A leste da Honmaru fica o repousante jardim japonês Ninomaru, construído pelo xogum Iemitsu em 1630. Nesta área estão árvores doadas e representando as 47 prefeituras japonesas, plantadas na ocasião da abertura dos jardins em 1968. A árvore de Okinawa foi plantada apenas em 1972, quando a cidade voltou a ser posse do Japão. São 31 espécies de árvores e arbustos, identificadas por seu nome científico e qual prefeitura japonesa representa. Ao lado a casa de chá Suwano-chaya Tea House, infelizmente não aberta ao público.

O jardim Ninomaru foi feito por Kobori Enshu no começo do período Edo (1600-1868). Depois, o jardim foi todo devastado por um incêndio, mas o plano do jardim continua baseado no mapa do jardim do século XVIII, incluindo o lago com enormes carpas, que está na mesma posição que o jardim original elaborado por Enshu.

Saindo dos jardins, circundamos a área do palácio até chegar em Kokyo Gaien, uma grande praça em frente ao palácio, onde está a Nijubashi Bridge. Muita gente confunde a ponte mais famosa de Tóquio com a ponte de pedra em arco duplo, concluída em 1888, que era a entrada principal do palácio. Porém, essa é a Meganebashi (em japonês significa óculos, devido ao formato que seus arcos fazem em conjunto com seu reflexo na água).

Nijubashi em japonês quer dizer “ponte dupla” e é justamente a ponte mais ao fundo, construída em 1614 pelo xogum Hidetada como uma ponte de madeira, que veio a se tornar um ponte de ferro em 1888, após a construção da ponte de pedra. Atualmente, toda essa área é considerada Nijubashi ou Nijubashimae e é toda protegida por guardas. É justamente dali que é considerada a melhor vista do Palácio Imperial.

Li em um guia que é possível fazer uma excursão pela propriedade imperial fazendo reserva no site da Agência da Casa Imperial no primeiro dia do mês anterior ao mês que a pessoa pretende fazer a visita. O site em inglês é: http://sankan.kunaicho.go.jp/english/index.html. Se você conseguir fazer a visita, depois me conte como foi.

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Leo Vidal
Carioca, biólogo, apaixonado por música, filmes e sempre disposto para novas viagens. Compartilha suas dicas de viagem há mais de 10 anos, sempre antenado ao melhor da gastronomia e hotelaria.

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