Madrid

O que visitar no Parque do Retiro em Madrid

Considerado o pulmão de Madrid, o Parque do Retiro (Parque del Retiro) é um lugar calmo, com caminhos arborizados, belas fontes, um grande lago central e palácios que funcionam como museus. Localizado próximo ao Triângulo de Ouro da Arte, é fácil incluir o parque no roteiro e apreciar sua beleza em qualquer estação do ano.

O Parque do Retiro ocupa 125 hectares que fizeram parte do palácio real de Filipe IV, chamado Palácio do Buen Retiro. Foi usado como propriedade da família real desde 1632, com paisagismo encomendado ao cenógrafo italiano Cosme Lotti. Durante o reinado de Carlos III, foram adicionados o Observatório Astronômico e a Real Fábrica de Porcelana do Buen Retiro, já no tempo de Fernando VII foram construídos o cais da lagoa e a casa de Fieras. O parque foi parcialmente aberto ao público no século 18, com abertura total apenas em 1869. Em 1935, foi declarado Jardim do Valor Histórico Artístico.

Minha sugestão é pegar o metrô até a estação Retiro, saindo pela Plaza de la Independencia. É ali que está a Puerta de Alcalá (1), que apesar de não fazer parte do parque em si, pode ser visitada facilmente no mesmo roteiro. O grandioso portal foi erguido por Carlos III para substituir o portão barroco erguido por Filipe III. Projetado por Francesco Sabatini, a Puerta de Alcalá foi inaugurada em 1778, seguindo estilo neoclássico toda em granito com cinco arcos, sendo três centrais e dois laterais retangulares. Esculturas de anjos adornam a parte superior do portão que até o século 19 delimitava a parte leste da cidade.

Entrando pelo parque pela Puerta de la Independencia, percorremos um caminho arborizado que nos leva até a Fuente de los Galápagos (2), um presente de Fernando VII para comemorar o primeiro aniversário de Isabel II. No parque desde 1879, no monumento, três fadas concedem presentes à princesa. Os golfinhos montados por quatro crianças estão associados à inteligência, sabedoria e prudência; os elementos marinhos estão relacionados com a fertilidade; e as tartarugas são símbolos da longevidade.

Logo ao lado, seguindo pela Calle Nicaragua, chegamos ao grande lago conhecido como Grande Estanque del Retiro (3). Por ele as pessoas podem “navegar” remando os barcos que saem do Barco Solar el Retiro. Na margem central do lago, está o Monumento a Alfonso XII (4), feito em bronze e mármore, projeto do arquiteto José Grases Riera. O monumento foi inaugurado em 1922, vinte anos após o início de sua construção, e compreende uma colunata em meio círculo, uma estátua equestre de Alfonso XII em uma coluna de mais de 20 metros de altura. A partir de abril, é aberto aos pés dessa coluna, um mirante de onde se tem vista de todo parque.

Ao fim da Calle Nicaragua, está a Fuente de la Alcachofra (5), feita de granito e pedra branca. Construída para embelezar o Salão do Prado durante o reinado de Carlos III, o monumento apresenta um dos principais símbolos do barroco, os deuses do mar, os elementos vegetais e a água, como um elemento essencial para a vida. Coroando o conjunto, uma alcachofra, que dá nome à fonte.

Caminhando pelo Paseo de Cuba, se chega a dois grandes palácios, que hoje funcionam como museus. O Palácio de Velázquez (6) foi construído entre os anos 1881 e 1883 para a Exposição Nacional de Mineração com projeto do arquiteto Ricardo Velázquez Bosco. O edifício coberto com abóbadas de ferro e vidro que permitem iluminar as salas de forma natural, se inspira no Crystal Palace de Londres. Atualmente é usado como sala de exposições temporárias do Museu Nacional Centro de Arte Rainha Sofia. O ingresso é gratuito.

Também projetado por Ricardo Velázquez Bosco, o Palácio de Cristal (7) é uma estrutura de metal e cristal, erguida em 1887 para a Exposição das Ilhas Filipinas. Com inspiração no Crystal Palace de Paxton, originalmente seria uma estufa gigantesca para abrigar plantas tropicais durante a exposição, mas atualmente é uma sala de exposições de arte contemporânea. Em frente à entrada do palácio está um lago artificial.

São diversas atrações a conhecer no parque, uma delas sem dúvida são as mais de 15.000 árvores e os jardins de grande importância botânica, entre eles: o Jardim de Cecílio Rodriguez e a coleção de rosas na Rosaleda. Outras fontes e esculturas dão vida ao parque, incluindo o Paseo de las Estatuas no Paseo Argentina e a Fuente del Ángel Caído, representando o Anjo Caído no momento em que foi expulso do Paraíso, obra de Ricardo Bellver para a Exposição Universal de Paris em 1878. Sem dúvida, um local para apreciar, relaxar, caminhar e aproveitar em Madrid.

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Leo Vidal
Carioca, biólogo, apaixonado por música, filmes e sempre disposto para novas viagens. Compartilha suas dicas de viagem há mais de 10 anos, sempre antenado ao melhor da gastronomia e hotelaria.

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