Não é apenas Atenas que abriga a história da Grécia. Uma oportunidade de conhecer um pouco mais da história de Santorini é fazer um passeio aos vilarejos de Megalochori e Akrotiri. O primeiro é um dos mais pitorescos vilarejos da ilha, enquanto o segundo conta com um sítio arqueológico que retrata um pouco da história da formação da ilha.
Fizemos esse passeio com a empresa Notos Travel. Compramos o passeio por intermédio do hotel onde nos hospedamos, o Oia Suites. No dia marcado, pela manhã, fomos pegos no hotel em direção aos nossos destinos. O passeio é feito com uma guia que foi nos contando um pouco mais de cada ponto de parada.
Vilarejo de Megalochori
Nosso passeio começou pro Megalochori, que fica a 9km de Fira e que traduzindo para o português seria: Grande Centro. O vilarejo data do século 17. Lar de mansões históricas, casas tradicionais, todas com paredes muito altas e portas de entrada de madeira maciça para proteção. Uma vez que no passado, foi um vilarejo alvo de muitos ataques de piratas, por ser uma área de cultivo de alcaparras (que até hoje nascem ali) e produção de vinho.
O vilarejo abrigava parte da população de Santorini, mas após o terremoto de 1856, muitos foram para Atenas, abandonando assim suas casas, que continuam inabitadas até hoje. Existe um grande esforço por parte do governo em restaurar essas casas à forma original da época, porém é difícil achar os descendentes dos donos das casas para pedir permissão para essa restauração. As ruas são estreitas, passando apenas um carro. Nós muitas vezes nos espremíamos no canto da rua para que eles passassem.
Centro do vilarejo
No centro do vilarejo, existe uma grande praça com algumas tavernas que hoje abrigam bares e restaurantes e uma grande igreja. Como contado pela guia, muitas igrejas em Santorini são particulares e sem fins lucrativos, de famílias que as constroem na busca de um lugar no paraíso. Os famosos sinos das igrejas só tocam em ocasiões especiais para aquelas famílias e cada som tem um significado. Um som para casamento, um som para nascimento de um membro da família e outro para a morte de algum ente querido.
Passear por Megalochori é conhecer um pouco do charme de uma vilarejo que luta para se restabelecer. Nosso passeio foi feito pela manhã, porém é possível se hospedar na região e aproveitar alguns restaurantes. Como nós estávamos já com programação de almoço marcada, não pudemos almoçar por ali, mas deve ser um programa bem interessante a se fazer.
De Megalochori para Akrotiri
De Megalochori seguimos para Akrotiri onde visitamos o sítio arqueológico. A região de Akrotiri é 2000 anos mais velha que Pompeia, por exemplo, e foi submergida pela erupção do vulcão que deu origem ao formato da ilha de Santorini que vemos hoje. Vale ler a matéria sobre os vilarejos da ilha.
Há cerca de 4000 anos atrás, o vilarejo tinha em torno de 10 mil habitantes e mantinha comunicação com Creta, Egito e Síria, com quem faziam negócios. As escavações na área começaram em 1967 pelo professor Spyridon Marinatos sob cuidados da Sociedade de Arqueologia de Atenas. Marinatos tinha intenção de provar sua teoria de que a erupção do vulcano Thira foi responsável pelo colapso da civilização minoica. Desde sua morte em 1974, as escavações continuaram sob direção do Professor Christos Doumas. Em 1999, as escavações foram abertas ao público sob forma do sítio arqueológico de Akrotiri.
Visita ao sítio arqueológico de Akrotiri
A entrada custa €5 e pode ser comprada na hora na bilheteria. Mesmo quem faz o passeio com a Notostravel, terá que pagar a entrada por fora. As escavações mostram construções em excelentes condições porque o vulcão as manteve assim, o material vulcânico preencheu as casas e não a lava. As casas eram de 2 ou 3 andares, com um quarto e decorada com pinturas de parede – muitas já resgatadas. O banheiro ficava no andar de cima da casa e tinha sistema de esgoto!!! Lembrem-se que isso data de 4000 anos, ou seja já existia todo um sistema elaborado em suas construções.
Infelizmente todo mobiliário que era de madeira queimou por ser matéria orgânica, deixando apenas a impressão em sua forma negativa, ou seja, uma espécie de sombra do que ali tinha. A comunicação com a África foi inferida pelos arqueólogos devido às pinturas encontradas que relatavam o que as pessoas tinham visto: plantas e animais que só tinham no continente africano como macacos cinza e antílopes. Algumas partes são bem baixas, tendo que nos abaixar para passar por ali.
As escavações revelaram apenas 3% da cidade até agora e infelizmente, por falta de verba, diminuíram o ritmo e o sítio arqueológico vive de doações de pessoas ricas, empresas e da venda de livros e souvenires da lojinha que fica do lado de fora do local, a “Friends of Akrotiri”. O local ficou fechado por 7 anos, de 2005 a 2012 por conta da queda do telhado, que danificou um pouco a estrutura, mas hoje já se encontra aberto. Visitamos o sítio arqueológico em agosto de 2015 e ele fica aberto das 10h às 17h.
Dicas importantes
Aconselho, se for por conta própria, tentar acompanhar alguma visita guiada ou procurar se informar sobre uma na bilheteria. Pois visitar as escavações sem informações do quê é cada coisa, pode soar meio maçante. Para quem ainda quiser aproveitar uma praia, a 100 metros do sítio arqueológico fica a praia de Akrotiri, que nós não fomos visitar.
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