A Pampulha se tornou o grande cartão postal de Belo Horizonte. Isso se deve ao seu apogeu durante o mandato de Juscelino Kubitschek como prefeito. A parceria do político com o arquiteto Oscar Niemeyer permitiu que o local recebesse prédios que se tornaram grandes obras da arquitetura moderna. Listamos aqui 4 locais na Pampulha com o design de Oscar Niemeyer.
Atualmente, a Pampulha mescla com perfeição natureza e arquitetura. A famosa Lagoa da Pampulha foi construída artificialmente na década de 40, também a pedido de JK. Com isso, o então prefeito sugeriu que os prédios fossem construídos ao redor da lagoa. Formando o que hoje chamamos de Complexo Arquitetônico da Pampulha.
Os quatro prédios principais que formam esse complexo, na década de 40, eram a casa do prefeito, um cassino, uma casa de baile e uma igreja. Inclusive, dizem que a localização onde se encontrava cada prédio foi estrategicamente pensada por JK. Da localização da igreja, não se via o cassino e a casa de baile, de forma que o pagão não “encontrasse” o santo.
O entorno da Lagoa tem 18 km, que se tornaram famosos pela Volta da Pampulha, maior prova de corrida de BH. Podemos percorrer a pé ou de carro, por isso indiquei no mapa abaixo os 4 locais na Pampulha que você não pode deixar de conhecer.
Locais na Pampulha que formam o Complexo Arquitetônico
O Conjunto Moderno da Pampulha representa um importante capítulo da arquitetura moderna. O conjunto significa a síntese da colaboração coletiva de vários gênios e linguagens artísticas.
1 – Igreja de São Francisco de Assis
Conhecida como Igrejinha da Pampulha, a igreja dedicada ao santo padroeiro dos pobres e dos animais é arte por dentro e por fora. Por isso, além de apreciar a beleza exterior da igreja, com seus mosaicos em tons de azul, vale a pena conhecer seu interior. Para isso, é pago um valor de R$ 5 na recepção.
Dos locais na Pampulha que mencionamos nesse artigo, ela foi a última a ser construída. Inaugurada em 1943, impactou a sociedade com seu design moderno, o que a levou a permanecer fechada até 1959, quando então foi finalmente consagrada. Seguindo a característica dos projetos geométricos de Niemeyer, o design abandona a estrutura de laje sobre pilotis.
Em seu interior, obras de nomes famosos da arte brasileira. Cândido Portinari é responsável pela ilustração de São Francisco de Assis, localizada no altar. O pintor retrata o santo despojando-se de suas vestes e a presença de um cachorro, em referência ao amor do santo pelos animais. Além disso, Portinari foi responsável por retratar a Via Sacra, representada nos painéis na lateral interna da igreja. Uma curiosidade é que ele não retratou a última cena, da ressurreição. Ainda no interior, um batistério cujo painel de bronze é obra de Alfredo Ceschiatti. O artista retrata nele o pecado original em quatro cenas.
A Igreja de São Francisco de Assis recebe missas todos os domingos às 10h30. Além disso, é possível agendar casamentos, porém é recomendado bastante antecedência,
2 – Casa Kubitschek
Em estilo modernista, com telhado em forma de asa de borboleta e planos inclinados, foi construída entre 1940 e 1943. Foi projetada para ser residência de fim de semana do até então prefeito JK. A casa onde Juscelino Kubitschek morou até 1945 é mais um dos locais na Pampulha que permitem visitação em seu interior. Justamente porque abriga um museu com exposições e mostras temporárias. Também é permitido a visitação ao seus jardins, projetados por Burle Marx.
Em frente à casa-museu, vale a pena atravessar até às margens da Lagoa da Pampulha, onde tem uma pequena praça. Ali estão esculturas dos quatro gênios que trabalharam na construção do complexo arquitetônico da Pampulha. São eles: Juscelino Kubitschek, Oscar Niemeyer, Roberto Burle Marx e Cândido Portinari.
3 – Casa do Baile
Inaugurada em 1943, o local, como diz o próprio nome, serviu como casa de bailes e festas durante o mandato de JK. A alta sociedade mineira que frequentava a casa, normalmente chegava de barco após jogar no antigo cassino. A casa encerrou suas atividades em 1948 e desde então já teve diversas funções, inclusive a de anexo do Museu de Arte da Pampulha (ex-cassino), nos anos 80.
O charme da casa se dá por sua localização em uma ilha artificial na lagoa. Por isso, o acesso se dá por uma ponte de concreto. O projeto de Niemeyer para a casa se desenvolve a partir de duas circunferências, das quais sai uma marquise sinuosa, sustentada por colunas.
Desde 2002 funciona como Centro de Referência de Arquitetura, Urbanismo e Design. Nessa época recebeu novos sistemas de climatização e iluminação, bem como passou por revitalização de seus jardins, respeitando a proposta original de Burle Marx. Infelizmente, achei o local pouco aproveitado, quando visitei em dezembro de 2019.
4 – Museu de Arte da Pampulha
Por fim, o atual Museu de Arte da Pampulha (MAP) era na década de 40 um cassino. Foi o primeiro prédio do complexo a ser construído, o que achei bem curioso. Funcionou como cassino até 1946, quando foram proibidos os jogos de azar pelo Governo Federal.
Em 1957, o então cassino foi transformado em museu e passou a ser chamado de Palácio de Cristal por causa da fachada de travertino e vidros. Nessa época passou a abrigar obras de arte moderna e contemporânea. Porém, atualmente se encontra fechado para reformas. Mais uma vez achei um desperdício de espaço, infelizmente a falta de manutenção é aparente. Poderia ser um ótimo espaço para um restaurante ou café, já que tem uma vista linda para a Lagoa da Pampulha.
Os jardins estão bem cuidados e nele destacam-se algumas esculturas. A “Garmela”, de August Zamoyski, data de 1943, se encontra logo à frente da entrada o museu. Na parte mais externa, uma escultura em bronze de José Pedrosa, também de 1943, recebe o nome de “Pampulha”.
Em sua materialidade, os prédios e jardins que integram o Complexo Arquitetônico da Pampulha simbolizam um grande diálogo intercultural que lançou tendências. Desde 2016, o complexo faz parte da lista do Patrimônio Mundial da UNESCO na categoria de Paisagem Cultural. Por isso, ao visitar Belo Horizonte, não deixe de incluir esses locais na Pampulha em seu roteiro.
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O Panorama de Viagem visitou a Pampulha durante uma press trip para Belo Horizonte que teve patrocínio da Belotur, Mineirão, Gás Produtora e curadoria do blog Coisas de Mineiro.
Muito interessante a história e locais para visitar na Pampulha. BH tem muita coisa para fazer, adoro Minas Gerais e sua infinita variedade de opções de turismo 🙂
Ainda não conheço Belo Horizonte, mas amo de paixão as obras de arte arquitetonicas do grande arquiteto OScar Niemayer. Esse ano antes da Pandemia fui no Museu Oscar Niemayer em Curitiba. Maravilhoso! Lá tinha maquetes desses prédios na exposição permantente do Museu.
que maximo esses 4 lugares na pampulha com designer de ON, adorei, e acredite ou nao de todas as vezes que fui a BH nunca fui, por ser um pouco longe da casa de meus conhecidos. mas prox vez irei com certeza. adorei!!
Morei na Pampulha (bem pequenina) e tenho um carinho imenso, voltei outras vezes a trabalho, mas não tive tempo de “turistar”. Quero voltar e apresentar essas obras do grande mestre Oscar aos meus filhos.