Viajar pela TAP é sempre uma caixinha de surpresas, mesmo se você estiver na Business Class. Na viagem que fiz para a Espanha em fevereiro de 2018, voei na Classe Executiva da TAP Air Portugal. Na ida, um voo direto do Rio para Lisboa; já na volta, voo de Lisboa para Natal. Foram duas experiências totalmente diferentes – uma péssima e outra melhor -, por conta da atualização gradual das aeronaves.
Emiti minha passagem de ida e volta para Madrid, com escala em Lisboa, utilizando milhas do Smiles. A reserva dos assentos foi feita pelo telefone, já que pelo site da TAP não é possível marcar o assento de passagens emitidas via Smiles. Contudo, no voo de retorno ao Brasil, a configuração do avião mudou e nossos assentos – assim como de outros passageiros que voavam juntos – foram alterados sem consulta.
Experiência negativa na Classe executiva da TAP
Primeiramente, no voo de ida, nossa experiência no check-in foi o melhor de todo o voo. Feito de forma rápida, seguindo a prioridade da classe. O voo Rio – Lisboa foi operado em uma aeronave A330 antiga com fileiras na disposição de assentos no esquema 2-2-2. Essa é disposição não é muito boa para quem viaja sozinho, que não foi meu caso. Mas nesse caso, sentando nas poltronas da janela, fatalmente você terá que pedir passagem ao seu companheiro de assento para acessar o corredor. Ainda assim, esse será o menor dos problemas se estiver voando nessa aeronave.
Conforto e Amenidades
A poltrona não era totalmente reclinável, mas sim no antigo estilo tobogã. Isso em comparação a outras companhias aéreas pelas quais já viajei em classe executiva, se torna aspecto negativo. À nossa disposição, edredom, travesseiro e o bonito kit amenidades com máscara, meia, creme de mãos e kit dental que vem em um estojo de lata, imitando uma lata de sardinha portuguesa. E para quem gosta, é colecionável, já que variam em cores e ilustrações. Todos assentos possuem tomadas 110V e entrada USB para carregamento dos dispositivos eletrônicos.
Entretenimento de Bordo
O entretenimento de bordo foi outra decepção. Apesar das pequenas telas individuais, nessa aeronave os filmes e séries de TV não podiam ser escolhidos. O sistema ainda é aquele antiquado dos primeiros aviões transatlânticos, em que a sequência de filme é estipulada pela companhia e não pode ser alterada. Ou seja, não é possível ver o filme que você quer na hora de interesse e pior ainda, não podemos pausar o filme para ir ao banheiro, por exemplo. Os fones de ouvido são de boa qualidade, mas nesse voo de ida, foram inúteis.
Menu a bordo
O menu “TAP Taste the Stars” apesar de ser assinado por chefs premiados como Henrique Sá Pessoa, José Avillez, Miguel Laffan, Rui Paula e Rui Silvestre, não é digno das estrelas Michelin que eles possuem. Um menu simples que se inicia com uma sopa de batata doce, gengibre e cebolinha, seguido de opções de carne, frutos do mar ou frango. Em seguida, eu escolhi o Filet mignon grelhado – que estava duro – com molho chimichurry, arroz integral, courgette assada e cenoura. De sobremesa, fruta e chocolates. Ou seja, um desastre total essa experiência gastronômica a bordo.
Experiência um pouco mais positiva na Classe Executiva da TAP
No voo de volta (Lisboa – Natal) a surpresa começou no momento do check-in. Nossos assentos emitidos juntos e marcados anteriormente, foram alterados por conta da nova disposição das poltronas. Pedimos para a atendente em terra tentar nos colocar lado a lado, mas ela disse que o voo estava cheio e não conseguiria faze-lo. A mesma recomendou que já na aeronave tentássemos trocar com os demais passageiros. Qual não foi nossa surpresa ao descobrir que toda a Classe Executiva se encontrava na mesma situação – pessoas voando juntas mas em assentos separados. Depois de uma grande ginástica mental, com ajuda dos comissários, todos conseguiram se sentar ao lado de seus acompanhantes.
Conforto e Amenidades
Esse trecho foi realizado em uma aeronave nova A330R CCL, cujos assentos se alternam entre fileiras com disposição 1-2-1 e 2-2-1. A poltrona era totalmente reclinável, o que permite que o passageiro viaje completamente deitado, porém achei o espaço dos ombros meio estreito. Uma novidade foi a presença do cinto de segurança transversal no peito, usado apenas para o momento de decolar e aterrissar. O console da poltrona apresenta diversos compartimentos, o que achei ótimo para poder guardar bolsa, sapato e até mesmo uma garrafa de água. Edredom, travesseiro e kit amenidades foram similares ao voo da ida. Todos assentos possuem tomadas 110V e entrada USB para carregamento dos dispositivos eletrônicos.
Entretenimento de Bordo
O entretenimento de bordo segue os padrões modernos e comuns em outras companhias aéreas. Tela individual com um bom tamanho, boa opção de filmes, incluindo lançamentos e clássicos de vários países. E claro, que podem ser escolhidos a qualquer momento, com sistema de pausa no filme. Não questionei sobre serviço de internet a bordo, uma vez que o entretenimento de bordo já foi suficiente.
Menu a bordo
Mais uma vez foi servido o fraco menu “TAP Taste the Stars”, que se iniciou com creme de batata doce, mousse de abóbora, tomate seco, courgette e aspargos. Como na ida, o prato principal poderia ser escolhido entre carne, peixe e massa, porém o comissário informou que no dia a opção de carne estava em falta. Surreal! A sobremesa já foi um pouco mais generosa que a da ida, acrescentando à fruta e chocolate, um pudim. A impressão que tive sobre a comida de bordo da classe executiva da TAP é que ainda precisa melhorar muito para alcançar as demais companhias aéreas.
Classe Executiva da TAP: uma caixinha de surpresas
Infelizmente não é possível identificar qual tipo de aeronave vai realizar seu voo, podemos apenas ter uma noção pela disposição das poltronas ao fazer a reserva dos assentos. A TAP está modificando aos poucos suas aeronaves para a configuração mais moderna. Esperamos que essa transição seja rápida, proporcionando apenas experiências positivas.