Um casarão no Jardim Botânico foi o local escolhido para o Sud o pássaro verde de Roberta Sudbrack pousar no Rio de Janeiro. Sem placa com nome do restaurante, mas pássaros reinando na decoração, esta é a nova aposta da premiada chef. Roberta traz uma cozinha afetiva e simplificada, dando toda a liberdade que ela desejava para si e sua equipe.
Quem vê o casarão na rua Visconde de Carandaí, não imagina que a mesma já foi residência do visconde que dá nome à rua. Além de não ter placa na porta, a casa não aceita reservas. Entretanto o portão aberto é convidativo aos clientes.
O projeto do F. Studio, manteve a simplicidade na decoração, dando um ar de casa de vó mesmo. Batentes das janelas em madeira, um interior rústico com luminárias simples conferindo um ambiente de intimidade e aconchego. Os pássaros, como mencionei, estão na decoração e na maçaneta da porta. Mas e o tal pássaro verde? Representa a liberdade de voar de novo. Segundo o manifesto encontrado nas mesas, o Sud é um lugar para ler, escrever, cozinhar, contar e comer histórias. Um lugar que está atento à sustentabilidade, sem exigir formalidades.
O Sud é um misto de restaurante e café, com funcionamento de terça a sábado, das 12h às 21h. Dessa forma, a equipe pode aproveitar momentos em família e lazer ainda em horário justo. São apenas 12 mesas e nota-se a felicidade da equipe em trabalhar ali.
A experiência no Sud o pássaro verde
Estive no Sud o pássaro verde pela segunda vez, desta vez com amigos para apresentar a novidade. Como a ideia da casa é servir pratos afetivos para compartilhar, seguimos o conselho e compartilhamos.
Iniciamos com o pão caseiro com manteiga acompanhado de porção de presunto cru brasileiro. Além disso, pedimos os gougéres feitos com queijo do agreste pernambucano. Um clássico é a Burrata com milho assado e linguiça artesanal, combinando sabor e textura. Para completar, a pizza “de casa” traz uma massa de fermentação prolongada, molho picante, muçarela de búfala e linguicinha.
Para a etapa principal, a simplicidade trouxe o aroma e sabor de comida de casa. Um Arroz caipira molhadinho e al dente com legumes assados preparados no forno a lenha foi uma grata surpresa. Para acompanhar o Ovo caipira frito no forno a lenha com bottarga brasileira. Com uma pegada mediterrânea, o Keftedes, hommus tahine, tzatziki, legumes crus e pão pita faz a vez. Uma delícia de bolinho de carne com especiarias. Todos os pratos são servidos em frigideiras de ferro, bem rústico, mas com elegância.
Como em toda casa de vó não falta uma boa sobremesa. Pedimos o Bolo molhado de chocolate com nata e calda quente, um clássico de Sudbrack. Essa “lenda” como diz o próprio cardápio passou a dividir espaço com o Clafoutis de pera preparado no forno a lenha. Servido com molho ácido, essa espécie de creme brulée de pera, me conquistou. Para os fãs do brigadeiros, a sugestão é o Chapéu de Palha – camadas de brigadeiro molinho, bolo e crocante de rapadura. Para os fãs de doce de leite, o Bomboloni, tipo um donut servido com leite maltado e creme inglês de cumaru.
Muitos dos pratos e entradas são servidos em duas opções de tamanho – para 2 ou 4 pessoas – o que facilita bastante o compartilhamento. Se achar que já está tarde para um almoço, o Sud oferece também opções para a hora do cafezinho. Por exemplo, sanduíches de pão miga e caseiro, bolo, chocolate quente e o tradicional café da vó. Ah, o forno a lenha que eu tanto menciono no preparo dos pratos, está ali, no interior do salão, montado à mão por Fede Marismo. A comida é simples e gostosa, mas o clima aconchegante de casa do interior é a verdadeira experiência no restaurante.
Endereço: Rua Visconde de Carandaí, 35 – Jardim Botânico – Tel.: (21) 3114-0464