Jardim Japonês de Buenos Aires
Buenos Aires

Jardim Japonês de Buenos Aires e El Rosedal

Um dos locais que mais gosto em Buenos Aires é o Jardim japonês. Tanto que o visitei nas três vezes que estive na capital argentina. Nesta última viagem, aproveitei para conciliar a visita ao Jardim Japonês de Buenos Aires com o El Rosedal, a poucos metros de distância. Este último eu ainda não conhecia, então certamente valeu a pena incluir algo inédito na viagem.

Visita ao Jardim Japonês de Buenos Aires

Assim como o El Rosedal,o Jardim Japonês de Buenos Aires se localiza no bairro de Palermo. O famoso jardim oriental era o desejo do então príncipe herdeiro ao trono imperial do Japão, Akihito, quando pisou em solo argentino pela primeira vez com sua esposa, a princesa consorte Michiko. Dessa forma, o jardim se tornou símbolo da eterna amizade entre a Argentina e o Japão.

O Jardim Japonês de Buenos Aires foi inaugurado em 17 de maio de 1967. Inicialmente, foi projetado e construído pela comunidade japonesa, para posteriormente ser doado através da Embaixada do Japão, à Prefeitura de Buenos Aires. Uma forma de agradecimento ao povo argentino por ser o país que abriu os braços em tempos de imigração. Posteriormente, em 1991, recebeu a visita do príncipe Takamado e da princesa Hisako. Novamente, em 1997, recebeu a visita do Imperador Akihito e a Imperatriz Michiko. Por fim, em 1998, recebeu a visita do príncipe Akishino e da princesa Kiko.

No entanto, para muitos, o Jardim Japonês de Buenos Aires é um lugar de sonhos. Um lugar mágico onde a paz e a harmonia oferecem aos visitantes uma experiência para guardar em seus corações. A conservação do jardim é incrível, fazendo com que cada visita seja única. Nesta última vez no jardim, notei alguns detalhes que ainda não tinha visto anteriormente nas primeiras visitas.

Como chegar ao Jardim japonês

Localizado no coração de Buenos Aires, o jardim se encontra dentro do Parque 3 de Febrero em Palermo. A entrada se dá pela pela Av. Berro, esquina com Av. Casares. É possível chegar ao Jardim Japonês de Buenos Aires de ônibus ou metrô, em termos de transporte público. Entre os ônibus, as linhas 67, 102 e 130 deixam o visitante próximo à entrada. Se a opção for o metrô, é preciso pegar a linha D (verde) e saltar na estação Plaza Italia. Em seguida, caminhar oito quadras no entorno do antigo Zoo de Buenos Aires.

Como estávamos querendo chegar ao jardim, ainda pela manhã, preferimos ir de Uber. Saímos do Park Tower Buenos Aires no Retiro, em direção a Palermo. Durante o período de pandemia, a única entrada era justamente a da Av. Berro, onde saltamos já em frente à bilheteria. A entrada para o Jardim Japonês de Buenos Aires custava $416 (pesos argentinos) em fevereiro de 2022. É possível comprar o ingresso com antecedência, mas como se trata de um espaço aberto, optamos por comprar na hora e não arriscar a chance da visita ser em um dia chuvoso.

Não existe um tempo de visita definido para o Jardim Japonês. Alguns podem visita-lo em meia hora, enquanto outros podem passar horas e horas contemplando a beleza do local. No entanto, a melhor dica é, chegue logo cedo para aproveitar a visita com menos gente, permitindo fotos mais exclusivas. O jardim abre todos os dias às 10h e permanece aberto até 18h45. Nós optamos por chegar logo às 10h, o que foi um grande acerto, já que às 12h quando saímos, o jardim estava bem mais cheio.

O que conhecer no Jardim Japonês de Buenos Aires

Logo ao entrar, já vemos a beleza do local com contraste do verde da natureza e o vermelho dos portões e pontes japonesas clássicas. O Jardim japonês de Buenos Aires é um museu vivo, onde os caprichos da natureza se misturam com a mão do homem. Infelizmente, as famosas flores de cerejeira desabrocham apenas em julho, mas mesmo assim adoramos o visual no final de fevereiro.

O que vai despertar o interesse de cada visitante, varia muito. Posso destacar, por exemplo, a estátua Samurai e o Portal de la Cortesia logo na entrada. Mais à frente, o Kaiten Tsuru é uma escultura em movimento, representando um pássaro em origami. A escultura homenageia o Dia Internacional do Origami, dia 11 de novembro.

Esculturas Jardim Japonês de Buenos Aires
Esculturas e Portal de la Cortesia

Sem dúvida, um ponto onde parar e tirar foto é o Calendário. No local está a data atual e atrás um painel escrito “Jardin Japonés” com mais de 19 mil origamis. O objetivo é chegar a 1 milhão de origamis, que simbolizarão, então, 1 milhão de desejos por uma Argentina melhor. Ao fundo, um Pavilhão que recebe exposições que variam de acordo com a época. Quando estivemos lá em fevereiro, estava tendo uma aula de origami. Uma equipe ensinava os visitantes a fazer corações em dobraduras, em homenagem ao Dia de São Valentim, comemorado há pouco.

Outro local para parar é no Campanário com o sino que representa a Paz Mundial, assim como a Casa de Chá Toyota, inaugurada em novembro de 2011. Um detalhe que eu não tinha percebido em outras visitas ao Jardim Japonês de Buenos Aires foi o Hibakujyumoku. Mais especificamente, exemplares descedentes desta árvore, que sobreviveu ao bombardeio atômico de Hiroshima. O mais importante na visita é contemplar e aproveitar ao máximo o tranquilo ambiente.

Calendário Jardim Japonês de Buenos Aires
Detalhes do Jardim Japonês de Buenos Aires

El Rosedal, um bônus na visita ao Jardim Japonês

Aproveitando a visita ao Jardim Japonês de Buenos Aires, aconselho andar um pouco até o Paseo El Rosedal. O Paseo também se encontra dentro do Parque 3 de Febrero, em Palermo. A partir da saída do Jadim Japonês, caminha-se 750 metros até chegar ao Rosedal, em um percurso tranquilo, que dura uns 9 minutos. O local está aberto de 08h às 17h no inverno, enquanto no verão este horário se estende um pouco mais. A entrada é gratuita, mas não é permitido levar animas de estimação, entrar com bicicletas ou patins, bem como banhar-se nas fontes e lago.

O local ocupa o espaço que pertencia à chácara de Juan Manuel de Rosas, quando foi derrotado no dia 3 de fevereiro de 1852 na batalha de Caseros. As obras começaram com o paisagista Carlos Thays, terminando com seu discípulo Benito Carrasco, posteriormente em 1914. O Paseo El Rosedal apresenta uma coleção de mais de 18 mil rosas. No inverno, novas flores são plantadas no local, de forma a ter roseirais saudáveis e fortes, durante todo ano.

El Rosedal Buenos Aires
Paseo El Rosedal

Em 2012, o Rosedal de Palermo festejou seu centenário (1914-2014) e foi reconhecido com o prêmio internacional “Garden Excellence Award” (Jardim de Excelência). Além dos roseirais, destacam-se a Ponte Grega que atravessa o lago, o anfiteatro Pátio Andaluz e o Jardim dos Poetas, com 26 bustos que relembram personagens célebres. Sem dúvida um local interessante para incluir no seu roteiro de viagem quando estiver em Palermo.

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Leo Vidal
Carioca, biólogo, apaixonado por música, filmes e sempre disposto para novas viagens. Compartilha suas dicas de viagem há mais de 10 anos, sempre antenado ao melhor da gastronomia e hotelaria.

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