Casa do Carnaval da Bahia
Salvador

Casa do Carnaval da Bahia: como é a visita

Sem dúvida, uma das atrações que mais gostei de conhecer em Salvador foi a Casa do Carnaval da Bahia. O museu conta a história do Carnaval de Salvador, desde sua origem até os dias de hoje. Tudo isso através de interatividade e mostrado de forma lúdica em uma visita que pode ser guiada.

A Casa do Carnaval da Bahia está localizada no centro histórico de Salvador, ao lado da Catedral Basílica de Salvador, entre o Terreiro de Jesus e a Praça da Sé. O museu funciona de terça a domingo das 10h às 18h. O ingresso custa R$ 20 (inteira) e dá direito à visita guiada, que acontece em intervalos curtos de tempo. Durante a pandemia o uso de máscara está sendo obrigatório, mesmo para tirar fotos.

Desde sua inauguração em 2018, o museu tem como objetivo contar a história da maior festa de rua de Salvador, o Carnaval. A curadoria é do cenógrafo e designer Gringo Cardia em conjunto com Paulo Miguez, professor especialista em estudos sobre o Carnaval.

Visita à Casa do Carnaval da Bahia

Na minha opinião, a visita já começa no largo em frente ao museu, onde estão esculturas de fantasias típicas do carnaval do interior da Bahia. Garanta sua foto que certamente renderá muitas curtidas. Em seguida, inicie a viagem visual e sensorial pelos quatro pavimentos da Casa do Carnaval da Bahia.

Primeiramente, no térreo, está uma sala multi-colorida que abriga uma biblioteca. Ali estão livros relacionados à tradição do Carnaval, Salvador e a arte baiana. As paredes apresentam ilustrações feitas em paetês e esculturas brilhosas pendem a partir do teto. A grande janela permite uma vista interessante do casario no entorno. A partir dali, inicia-se a visita guiada na sala seguinte.

Entrada do Casa do Carnaval da Bahia
Entrada da Casa do Carnaval da Bahia

Visita guiada conta as Origens do Carnaval

Ainda no térreo, a visita guiada pela Casa do Carnaval da Bahia inicia na sala “Origens do Carnaval”. Através de vídeos, conhecemos a origem da festa, que começou com o entrudo. A festa europeia trazida para o Brasil tinha guerra de bolinhas de cera com água perfumada, às vezes malcheirosa. Na tentativa de elitizar o Carnaval, as festas foram para o interior de clubes e salões.

Aos moldes do Carnaval de Veneza, eram usadas fantasias luxuosas, pesadas e quentes. Como nos trópicos a temperatura é diferente da Europa, o suor produzia mau cheiro. Então, era pedido que se lançasse perfume no salão, para que vencesse o mau cheiro do suor. Pessoas específicas borrifavam então perfume no salão, o que posteriormente, gerou a expressão “lança-perfume”.

Sala Origens do Carnaval
Sala “Origens do Carnaval”

Em contraste ao Carnaval dos salões, os povos escravizados trazidos da África conseguiram levar para as ruas, suas danças e batuques. Dessa forma, surgiram os afoxés, blocos e batucadas. Até 1914, as batucadas eram proibidas por serem associadas à vadiagem. Em Salvador, assim como no Rio, surgiram as escolas de samba, mas que perderam espaço para os blocos de samba, onde sambistas do Brasil todo vão desfilar em cima do trio.

Aliás, os trios elétricos são peça fundamental no Carnaval de Salvador. O trio elétrico foi invenção dos baianos Dodô e Osmar, que revolucionaram o Carnaval. Os trios então invadem as ruas, puxando uma multidão de foliões. Nos anos 1970, por todos os cantos ecoavam os gritos de liberdade que ressoaram na Praça Castro Alves durante o Carnaval, atualmente local emblemático para o Carnaval da Bahia.

Na sala estão ilustrado bonecos feitos de cerâmica que representam figuras típicas da folia baiana. As homenagens passam pelos Filhos de Gandhi, É O Tchan, Timbalada, Olodum e outros.

Ritmos na Casa do Carnaval da Bahia

Em seguida, a sala “Criatividade e Ritmos do Carnaval” apresenta a diversidade presente no carnaval baiano. Nesta sala, estão representadas as influências que transformam o Carnaval da Bahia um grande liquidificador de artistas e suas ideias. A mistura de gente, tradições e culturas está retratada nas vitrines que ilustram os principais trios elétricos que já desfilaram pelas ruas de Salvador.

No início do Carnaval o ritmo preponderante era o frevo, que deu, posteriormente, lugar aos ritmos baianos. Cantores como Sarajane, Luiz Caldas e o Olodum passaram a dar voz e som a esses ritmos, que passaram a se chamar axé music. Na sala então estão retratados em vídeos, as cantoras e cantores que fizeram história no Carnaval de Salvador.

Além disso, estão expostos figurinos de alguns ícones como Luiz Caldas, Carla Perez e Saulo, mas também dos principais blocos do carnaval baiano. Por fim, uma seção com instrumentos musicas que surgiram no Carnaval da Bahia como a guitarra de Ricardo Chaves e instrumentos de percussão de Carlinhos Brown.

Sala Ritmos Casa do Carnaval da Bahia
Sala “Criatividade e Ritmos do Carnaval”

Interatividade em vídeo e Vista da Baía de Todos os Santos

No primeiro andar, duas salas do Cinema Interativo permitem ao visitante assistir uma seleção de vídeos que estimula a dançar com as coreografias de blocos e bandas. Nesta etapa da visita à Casa do Carnaval da Bahia, conhecemos a história do ritmo baiano. Adereços para caracterização eram disponibilizados, mas durante a pandemia está vetado.

Na cobertura, os visitantes podem desfrutar de uma área com uma bela vista para a Baía de Todos os Santos. Além disso, pode-se ter uma visão de boa parte da Cidade Baixa até a Ponta de Humaitá. A visita guiada leva em torno de 40 minutos. A energia é tão grande que a vontade que se tem é de sair dali já comprando o abadá para o próximo Carnaval.

Interatividade na Casa do Carnaval da Bahia
Interatividade de Vista na Casa do Carnaval da Bahia

Você já passou Carnaval em Salvador? Se sim, vai ser ótimo relembrar essa energia toda. Se não, vai ficar com muita vontade, assim como eu fiquei. Quem sabe no próximo Carnaval nos vemos em Salvador.

Endereço: Praça Ramos de Queirós, s/n – Pelourinho – Tel.: (71) 3324-6760

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Leo Vidal
Carioca, biólogo, apaixonado por música, filmes e sempre disposto para novas viagens. Compartilha suas dicas de viagem há mais de 10 anos, sempre antenado ao melhor da gastronomia e hotelaria.

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