Um local não muito divulgado em Miami que merece ser visitado é o Memorial do Holocausto em Miami Beach. A ideia de homenagear as vítimas do Holocausto surgiu em 1984, com um comitê formado por um grupo de sobreviventes, que elegeram Miami como o local perfeito para o memorial, no sul da Flórida.
A comunidade judia no sul da Flórida é a segunda maior da América do Norte, ficando atrás apenas de Nova York, sendo que 7% dessa comunidade total está emMiami. A localização entre os números 1933-1945 da Meridian Avenue (entre as ruas 17 e 18), coincidem exatamente com os anos do regime nazista e sua guerra contra os judeus.
O comitê designou o arquiteto Kenneth Treister como projetista de todo memorial, que levou mais de quatro anos para ser concluído, após aprovação do projeto. Blocos de pedra cor-de-rosa gigantes foram trazidos de Israel para servir de base para o Memorial do Holocausto, que foi inaugurado em 04 de fevereiro de 1990, quando foi realizada uma cerimônia de dedicação com Elie Wiesel, Prêmio Nobel como palestrante convidado.
A visita ao memorial pode ser realizada das 9h30 às 22h, durante todos os dias do ano e a entrada é gratuita. A duração da visita vai depender do interesse da pessoa. Logo ao chegar, o que chama atenção é a enorme “Escultura de Amor e Angústia” no meio de um bem cuidado lago de 60 metros de diâmetro, em um simbolismo grandioso.
A ideia do projeto de Treister foi construir o memorial como uma grande escultura ambiental, com uma série de espaços ao ar livre em que o visitante fosse conduzido através de uma procissão de experiências visuais, históricas e emocionais com a esperança de que a totalidade da visita expressasse a realidade do Holocausto. Isso, ele conseguiu com maestria ao construir o Jardim de Meditação, composto por uma grande praça, com um lago, ponte e esculturas.
A primeira escultura representa uma mãe e duas crianças pequenas, temerárias ao perceber os primeiros sinais do holocausto. Percorrendo o corredor de acesso à grande escultura, é conhecer mais sobre o Holocausto, com informações e fotos impactantes do período da Guerra, expostos nas paredes de granito negro. Cada vez que visito um memorial ou museu relacionado ao Holocausto, conheço um pouco mais sobre esse evento que foi talvez um dos mais chocantes – e absurdos – de toda História e, inevitavelmente, me emociono.
Ao chegar na cúpula central, chamada de Cúpula da Contemplação, está uma chama memorial e no interior, um eixo de luz amarela projetado a partir de uma estrela de Davi, onde está escrita em letras negras a palavra “Jude”, que lembra os remendos que os judeus vestiam durante a gestão de Hitler. A partir dali, se inicia um grande túnel de acesso à principal escultura, denominado “Caminho Solitário”. Ao som de crianças judias cantando canções do Holocausto, a passagem tem em suas paredes, placas com nomes de campos de concentração para onde os judeus foram levados e, posteriormente, mortos.
No final do Caminho Solitário, está a área da escultura principal com figuras de bronze, que retratam judeus com expressões em um misto de terror e compaixão. A primeira escultura que se observa é a de uma criança pequena buscando ajuda, mostrando que mesmo as vítimas mais jovens enfrentaram um horror indescritível. No centro, a “Escultura de Amor e Angústia”, um braço com mais de 100 figuras entrelaçadas, cada uma retratando seu próprio testemunho, cercado por uma série de esculturas simbolizando pais, mães e crianças angustiados em relação à circunstância, mas que se confortam em seu amor.
Dali, se estende o Memorial Wall (Muro Memorial), um lembrete das almas humanas cujas vidas se extinguiram no Holocausto. O muro representa o único vínculo real dos sobreviventes e suas famílias com seus entes queridos. Além dos milhares de nomes já gravados no muro, mais nomes estão sendo adicionados à medida que são enviados. Ao final, uma última escultura que retrata a mesma mãe e dois filhos que começaram a jornada, agora morta, emoldurada pelas palavras de Anne Frank: “Ideals, dreams and cherished hopes rise within us only to meet the horrible truths and be shattered.” Traduzindo para o português: “Ideais, sonhos e esperanças acarinhadas se elevam dentro de nós apenas para encontrar as verdades horríveis e serem destruídos”.
O Memorial do Holocausto em Miami mantém o objetivo de fazer com que as pessoas não esqueçam do que ocorreu durante o período, na esperança que acontecimentos como esse não se repitam nas gerações futuras, em uma visita extremamente emocionante.
Ja estive nesse memorial,há uns 20 anos atrás, é lindo demais,triste mas especial
Gostei muito da visita também.