O Brasil todo se agita nessa época do ano, mas não somos os únicos na América Latina a festejar a festa de Momo. O Carnaval no Peru se destaca como uma das festas mais tradicionais, antigas e populares, celebrada com ressonante alvoroço. Cada região tem seu formato e sua tradição.
Os costumes do mundo andino se confundem com as tradições da costa e da selva do Peru, dando origem a uma grande festa de blocos, procissões, danças, reinados e brincadeiras de se molhar com água, talco, farinha, barro e tinta.
A cidade recebe os foliões com canções improvisadas, as chamadas “matarinas“, cheias de versos bem humorados e pitorescos que os homens apaixonados cantam para suas mulheres. Os bairros criam patrulhas, bailes de máscaras, noite das rainhas, blocos e representações coloridas do Ño Carnavalón ou Rei Momo, um personagem festivo que, acompanhado por sua corte, marca o significado desta festa de carnaval.
Há competição entre os bairros de Cajamarca, na qual são promovidos produtos como as hortênsias de Chugur, as chirimoias de Cunish, os violões de Namora, as limas e laranjas de Coyna, os curandeiros de Corisogorna e os incomparáveis chapéus de Celendín. Todos são símbolos da tradição local e fizeram com que Cajamarca fosse reconhecida como a “Capital do Carnaval Peruano”.
O carnaval em Cusco conta com apresentação de instituições públicas e privadas, que oferecem o melhor de suas danças, pandillas e blocos, muitos deles vencedores de Festivais carnavalescos do Vale Sul (San Jerónimo, Oropesa e Canchis, onde ainda é possível curtir o famoso Carnaval da Tinta) e do Vale Sagrado dos Incas (Pisac, Qoya, Calca, Urubamba e Lamay). As Yunzas ou Cortamontes são a principal atração desta festa, onde se brinca com água, talco e misturas.
Ao pé do vulcão Misti, casais de jovens solteiros dançam ao som de alegres melodias, percorrem praças e ruas, competem entre si e entre seus bairros para ver quem está comemorando com mais entusiasmo, graça e alegria transbordante. A festa torna-se um concurso colorido de fantasias carnavalescas, aplaudidos por turistas e pelo próprio povo de Arequipa, que representam a tradição do sul do Peru.
A 3.825 metros acima do nível do mar, a semana central do carnaval começa no sábado, com a entrada do Ño Carnavalón. Na segunda de carnaval, há o costume da Ch’alla ou Taripacuy, que consiste em decorar casas e empresas com serpentinas, flores, confetes e muitos balões, em sinal de alegria e gratidão à Pachamama. Algumas famílias têm o hábito de ir ao cemitério para celebrar os carnavais junto aos mortos. A festa continua com várias competições e desfiles pelas ruas, realizados diariamente.
Uma verdadeira festa amazônica é vivida nos carnavais de Loreto. Nela é difundido a festa mágica da Amazônia, mistura de antigas manifestações de culto e adoração aos antepassados. É uma das celebrações mais pitorescas, enraizadas e essenciais da Amazônia peruana. Entre as atividades, o Carnaval com Grupos Étnicos de toda a região, Comparsa e Noite de Mashakaras (máscaras), e a escolha do Melhor Humisha e Rua Decorada alusiva à festividade.
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